28 Mar 2017 | HRS

PAPO DE EMPRESÁRIO - E EU COM ISSO?


Começo meu Papo de Empresário desta semana com um trecho de "Bartlet’s Familiar Quotations", escrito por Martin Niemöller. Líder religioso alemão, Martin Niemöller viveu o holocausto na Alemanha, foi prisioneiro num campo de concentração nazista.

Este é um daqueles textos que você lê e percebe que precisa fazer alguma coisa pelas pessoas. Eis o texto:
“Eles começaram perseguindo os comunistas, e eu não protestei, porque não era comunista.
Depois, vieram buscar os judeus, e eu não protestei, porque não era judeu.
Depois ainda, vieram buscar os sindicalistas, e eu não protestei, porque não era sindicalista.
Aí, vieram buscar os homossexuais, e eu não protestei, porque não era homossexual.
Aí então, vieram buscar os ciganos, e eu não protestei, porque não era cigano.
E depois, vieram buscar os imigrantes, e eu não protestei, porque não era imigrante.
Depois, vieram me buscar. 
E já não havia ninguém para protestar!”.
Cada vez mais, estamos sendo induzidos a viver uma vida egoista, egocentrica, onde nós mesmos passamos a ser o centro do universo. E o resto... o resto que se dane! O jogo agora só tem uma regra: “Cada um por si e Deus por todos”. 

Um jogo onde criticar é mais cômodo que agir... Onde desdenhar dos que agem é mais prático do que envolver-se... Onde criticar os que se envolvem é mais fácil que comprometer-se... Onde denegrir a imagem dos que se envolvem é mais fácil que assumir responsabilidades... Onde somos apenas números e não mais pessoas. Um jogo onde prevalece o poder, a ganância, a cobiça.
Mas você deve estar pensando: “E eu com isso?”
É este o pensamento que não pode existir. Pois, cada vez que os bons se escondem atrás do próprio egoísmo, deixa espaço para que o mal avance.

Quantas vezes você foi na escola de seu filho? Você conhece o posto de saúde de seu bairro? Já entrou em um banheiro público? Quantas vezes você foi visitar um lar de idosos? Um lar de crianças abandonadas? Você conhece o S.O.S. ou o Centro POP? Você sabe quantas pessoas são atendidas na Santa Casa ou no UPA em um dia? Você conhece os casebres que temos na periferia de nossa cidade?
Mas você deve estar pensando: “E eu com isso?”

E por isso as coisas vão mal. Porque nada tem a ver conosco. Tudo são problemas dos outros. Fugimos de nossas responsabilidades e apenas reclamamos. E uma reclamação velada, para que ninguém nos ouça. Pois assim não precisamos nos preocupar com as conseqüências de nossas reclamações.
O que você espera do amanhã? Você acredita que as coisas vão melhorar seguindo o mesmo rumo de hoje?

Pare e pense.

É preciso mudar. E precisamos começar por nós mesmos. Não estou conclamando uma revolução, estou conclamando um projeto de comprometimento, um projeto onde prevaleça o “nós”, no lugar do “eu”. Onde quem pode mais, ajude quem pode menos. Onde quem tem poder, não o use somente em causa própria, mas que se preocupe com os que lhes são subordinados.
Vamos melhorar nossa cidade, vamos melhorar nossas vidas. E isso só depende de cada um de nós. Neste momento a única coisa que não resolve é dizer: “E eu com isso?” Pense nisso.

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